Esses dias recebi um e-mail que não posso deixar de debater com você. O caso seria absurdo, se não fizesse parte do dia a dia de muitos vendedores e da miopia de muitas empresas ao considerar a área de RH.
Um de nossos leitores escreveu contando que estava procurando recolocação no mercado. Com 28 anos de profissão e uma grande experiência na bagagem, formada em empresas multinacionais da área de tecnologia da informação, ele buscava novos desafios em uma empresa de telefonia móvel.
Porém, a vasta experiência não foi suficiente para ajudá-lo em uma entrevista de emprego. Acompanhe o depoimento:
“Depois de marcada e remarcada pelo RH a entrevista, a pessoa encarregada de me entrevistar chegou 20 minutos atrasada e, após um tempo de conversa e análises, chegando ao final de nossa entrevista, simplesmente rasgou meu currículo diante de mim e o colocou ao meu lado. Com meus 48 anos (será que foi pela idade?) nunca vi isso acontecer”.
O relato continua com ele contando que imaginava estar passando por um teste de agressividade, mas que ao final foi realmente negado no processo seletivo, sem entender a razão.
Não vou me apegar a toda a carga emocional que tal situação deve ter provocado, mas sim aproveitar o momento para colocar em debate uma questão extremamente polêmica: o RH está apto a recrutar vendedores?
Várias características fazem do vendedor uma pessoa única. “Ele tem que matar um leão por dia”, “Tem que ser resiliente para aceitar ouvir muito não”, “Tem que bater metas”, “Seu sucesso depende do mercado”, entre outras opiniões comuns ao dia a dia dessa área tornam esse profissional muito prático e com um perfil muito diferente das demais áreas da empresa. Será que o RH está preparado para encontrar e selecionar pessoas que realmente agregarão em vendas? Ou garimpar bons profissionais é função apenas para quem vive a rotina da profissão e a entende?
Um abraço e boa$ venda$!
Raúl Candeloro
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