terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Estudo mostra importância do estudo de idiomas


      Segundo relatório global, quase metade dos executivos (49%) admitiram ter de lidar com ruídos de comunicação e importantes perdas de conteúdo entre a tradução de uma mensagem e outra durante negociações internacionais, o que resultou em perdas para suas empresas. As companhias brasileiras foram ainda mais afetadas, 74% revelaram perdas financeiras como resultado das falhas causadas em transações internacionais por consequência dos mesmos problemas. De acordo com os analistas, esse é considerado um dado preocupante, uma vez que muitas empresas estão procurando novos mercados e oportunidades para expansão no exterior.


O relatório é baseado em pesquisa global feita com 572 executivos seniores de organizações dos setores público e privado, e em uma série de entrevistas em profundidade, ambas realizadas pela The Economist Intelligence Unit (EIU) e patrocinadas pela EF Education First (EF), que atua em intercâmbio e cursos no exterior.


O relatório revela ainda que quase dois terços dos entrevistados (64%) admitiu que as diferenças idiomáticas e culturais também dificultam a conquista de uma posição no mercado externo. No Brasil, as diferenças culturais constituem uma barreira significativa nos planos internacionais: quase três em cada dez (29%) executivos admitem que esse fator prejudica consideravelmente seus planos de expansão internacional, em comparação com 12% de todos os entrevistados. Os execuvitos brasileiros são os mais propensos a acreditar que a falta de clareza resultam em perda de produtividade: 77% destacaram esse problema, enquanto a média global foi de 60%.


Entre outras constatações, podemos destacar que a esmagadora maioria dos executivos acredita que, se houvesse uma melhora na comunicação entre suas empresas e empresas de outros países, isso aumentaria significativamente – além de seus lucros (89%) e receita (96%) – a participação de mercado (89%).


Apesar da afirmação de que as chamadas habilidades de comunicação global estão indissociavelmente ligadas à saúde financeira das empresas, uma proporção significativa ainda não tomou medidas suficientes para resolver essa questão. Quase metade dos executivos entrevistados (47%) afirmam que suas empresas não oferecem treinamento suficiente para aprimorar as habilidades de seus funcionários nos quesitos comunicação e idiomas, e dois quintos (40%) acreditam que áreas de Recursos Humanos não exigem qualidades multiculturais no recrutamento de pessoal.


A diversidade linguística é considerada um problema maior na América Latina e na Europa do Sul que em outros lugares. Por exemplo, entre os entrevistados, 38% no Brasil acreditam que a barreira da língua venha a ser um obstáculo significativo para as efetivas negociações internacionais.


Ao comentar os resultados, Therese Otterbeck, country manager da EF Corporate Language Learning Solutions no Brasil, afirma que as fronteiras entre as novas e antigas economias são cada vez mais difusas e essas mesmas economias estão ao mesmo tempo cada vez mais entrelaçadas e interdependentes. “Os líderes empresariais de hoje precisam se certificar de que seus funcionários estejam equipados com as habilidades certas para se comunicar além das fronteiras, de forma eficaz e eficiente.”


Ainda segundo Therese, economias mais novas vão falhar em seus planos de internacionalização e as economias mais velhas, que já estão lutando, vão achar que é quase impossível recuperar a sua base competitiva se as empresas não dedicarem tempo e recursos adequados para a requalificação do seu pessoal com competências linguísticas internacionais. O cenário nunca foi tão crítico como é hoje.


O relatório também destaca o papel do idioma inglês na expansão dos negócios internacionais. A maioria dos executivos enfatizou a necessidade de seus funcionários serem proficientes em inglês, com o propósito de competirem em escala global. Segundo o levantamento, mais de dois terços dos executivos (68%) consideram o inglês a língua dos negócios internacionais, seguido pelo mandarim (8%) e pelo espanhol (6%).


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